“You Can Do It Too”
Passarela Pride
Para a tão aguardada estreia de Virgil foi montada uma passarela de 200 metros de comprimento, toda colorida em degradê nas cores do arco-íris, no centro dos jardins do Palais Royal, que rendeu das mais belas imagens de um dos desfiles do ano em mês de orgulho LGBQT.
Definitivamente streetwear é moda e não se fala mais nisso
Virgil não decepcionou nem ao menos seus haters, mostrando uma coleção que passou longe dos esperados gráficos e estampas do streetwear clássico que ele domina tão bem. Ele se arriscou em misturar seus códigos mais nobres a uma alfaiataria elegante, despojada e contemporânea somando elementos utilitários como coletes acolchoados e cintos com diversos bolsos e faixas. Nos pés muitos modelos de tênis (eles não poderiam faltar) que certamente se esgotarão das prateleiras em poucos minutos em lançamentos disputadíssimos pelo mundo (esperados no Brasil para janeiro/2019). Definitivamente não faz mais sentido algum separar streetwear de moda.
Vamos falar de bolsas
E foram muitas. Releituras de clássicos da marca e modelos novos, máxi, médias e pequenas. De carregar pela alça ou pochetes (claro, elas não poderiam faltar). Todos adornados por correntes em cores diversas. E Virgil elevou a categoria das bolsas para um outro nível, como “super bolsas” que para seu público serão statement de estilo e status, como um poderoso carro ou relógio. Destaque para as bolsas de uma única alça lateral e para as luvas que combinavam com a cor do acessório e já viraram objeto de desejo acessível, mas a marca não confirma se serão vendidas.
Democratizar para engajar
Virgil, que estudou design, porém não tem formação em moda, convidou 1.200 estudantes da disciplina para assistir o desfile ao vivo. Ótima estratégia, que além de ser inclusiva garantiu milhares de posts sobre o desfile nas redes de cada jovem presente.
A presença dos amigos na plateia: Kim, Kanye, Kylie, Rihanna, Travis
Uma constelação de amigos famosos foi prestigiar Virgil em sua estreia. Alguns deles já vestindo os looks que ainda seriam desfilados minutos depois. Estavam lá seu mentor Kanye West com Kim Kardashian, Rihanna, Travis Scott e Kylie Jenner, ASAP Rocky, Naomi Campbell, Bella Hadid, só para citar alguns.
A trilha sonora ao vivo
A banda Bad Bad Not Good foi convidada para executar ao vivo a trilha de 14 minutos produzida em parceria com Kanye West, exclusivamente para o desfile, sob direção musical de Benji, ex-Celine. Eles tocaram sobre uma plataforma elevada posicionada em frente as celebridades que ganharam um showzinho a parte.
Origens e diversidade
No release, Virgil mapeou a origem de cada modelo do casting, incrivelmente bem construído. Através de um mapa ele apontou o país de origem dos modelos e de seus pais dando uma noção do quanto diverso e misturado o casting que ele queria mostrar era. Os primeiros 17 modelos eram negros e vestiam os looks brancos e off-white numa das partes mais belas do desfile.
O final emocional e as lágrimas de Virgil
Ao final dos 56 looks Virgil Abloh entrou na passarela visivelmente emocionado e foi ovacionado pela platéia composta em sua maioria por amigos e fãs. Ele andou em direção à Kanye West e ao abraça-lo, como quem quisesse agradecer por algo (Kanye foi mentor de Virgil desde o inicio) caiu no choro e rendeu um dos momentos mais emotivos na moda. Tão verdadeiro e sincero em tempos onde a verdade e autenticidade nunca foram tão importantes.
LEIA NOSSA ENTREVISTA COM VIRGIL DA FFWMAG 43