Após 17 anos como diretor criativo da Bottega Veneta, Tomas Maier deixa o cargo da marca que ajudou a colocar de volta no topo da moda. “É por causa do rigor e alto nível criativo que a maison é o que é hoje. Sou muito grato a ele e agradeço por todo seu trabalho e sucesso excepcional que ele ajudou a conquistar”, diz François-Henri Pinault, CEO do grupo Kering, que detém a Bottega.
Maier entrou em 2001 e, sob seu modelo de direção, a marca saiu do vermelho, ultrapassando US$ 1 bilhão em vendas em 2012. Na época, virou a segunda maior grife do conglomerado – atrás apenas da Gucci – e também a que mais crescia. Em 2013, o grupo investiu na marca própria de Maier, fundada em 1997, mas ainda não se sabe como a demissão irá impactar essa relação.
Em 2015 o cenário muda e as vendas começam a despencar, caindo 9% e estagnando o crescimento da marca. As coleções que vieram não geraram muita empolgação entre os críticos nem trazia uma ideia de novidade como Gucci e Balenciaga vêm fazendo.
Como acontece quase sempre em situações como esta, é comum a demissão de um diretor criativo vir acompanhada da entrada de um novo CEO na empresa. O ex- Hugo Boss Claus-Dietrich Lahrs entrou em 2016 enfatizando a necessidade em investir nas lojas existentes e diversificar as categorias de produtos, já que a maior parte do lucro da Bottega vem de artigos de couro de estética minimalista e elegante, calma e sem uso do logo como marketing. A onda de streetwear que tomou o mercado de luxo também deve ter impactado a decisão do grupo de mudar a direção criativa da marca.
Quem deve substituir Tomas Maier? Um dos nomes que está sendo falado por aí é o de ninguém menos que Phoebe Philo, que deixou a Céline neste ano, substituída por Hedi Slimane. O anúncio do(a) novo(a) diretor(a) criativo(a) deve acontecer a qualquer momento.